E eis-nos de novo à porta desta “nova” época, o Advento.
Todos os anos, é-nos dada esta nova oportunidade, não a de gastar mais do que podemos; não a de se oferecer apenas mais uma prenda.
Não!
A oportunidade que falo, é a de nos maravilharmos, com a magia do Natal na sua verdadeira essência.
Pudemos olhar para o presépio e deixarmo-nos maravilhar com a sua mensagem…
Porque afinal, o Natal é:
- A grande oportunidade de aprendermos a confiar neste Deus que se faz homem;
- É perceber que não importa o que se tem ou o que se possui, porque Aquele que tudo pode, escolheu uma simples manjedoura para vir ao Mundo. Um Mundo que tinha (e ainda tem) as estalagens demasiado cheias;
- É este desafio permanente de nos desinstalarmos da segurança, do luxo, da riqueza dos nossos “palácios” e irmos ao encontro d’Aquele que nos promete a Felicidade e não a facilidade;
- Que mostra, que não importa o presente que ofereças, nenhum é melhor do que aquele que é dado com sentimento, com a verdade do teu coração, em momentos concretos da tua vida.
- Mas acima de tudo, é ter a certeza que se este encontro, for feito de verdade e de uma forma pessoal, então resta-nos a certeza que não iremos regressar ao nosso palácio pelo mesmo caminho. Porque a nossa vida jamais será a mesma depois deste encontro.
Porém, para que este Natal aconteça, é preciso ter a coragem para o assumir; é preciso ter a certeza que o queremos; é preciso ter a humildade para o aceitar. Porque, afinal este Deus que nos é apresentado, não tem ouro, não tem exercito, não. Nada disso!
É apenas e só uma simples e frágil criança…
É um filho que nos é dado…
Seremos nós capazes de continuar indiferentes a esta criança?
Uma braçada amiga
2 comentários:
Ainda não é Natal
Isidro Pereira Lamelas
É Natal,
ou talvez não,
pois afinal,
o povo que viu a luz,
continua na escuridão.
É Natal,
mas só um dia,
pois nem sinal,
de que se cumpra a profecia.
É Natal
Mas não na terra,
onde em vez de arados
se forjam armas de guerra.
É Natal,
mas não de verdade,
porque a paz não vingou
entre os homens de má vontade.
É Natal,
mas não nas cidades
em que as portas se fecham
às famílias sagradas.
É Natal,
mas não na manjedoura farta
dos que matam a esperança
ou adiam o seu parto.
É Natal,
mas não de Jesus,
enquanto o egoísmo impedir
o amor de dar à luz.
É Natal,
mas nunca o poderá ser,
enquanto se achar normal
impedir alguém de nascer.
É Natal,
mas não no hipermercado
onde as compras e anúncios
dispensam o Anunciado.
É Natal,
mas não nas lojas e montras
que adoram o Pai Natal
como o ídolo das compras.
É Natal,
mas não nos bairros degradados
em que nascem novos cristos
para ser crucificados.
É Natal,
mas não nos lares de velhinhos,
tão cheios de desenganos,
tão vazios de carinhos.
Não é ainda Natal…
Mas basta um Francisco de Assis
mostrar-nos Belém tal e qual
para ser Noite Feliz
(in Infovitae 970 de 3 de Dezembro de 2008)
Obrigado pelo poema!
Cumprimentos
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